Olá visitantes, bem vindos;
Como consta no post "... Roteiro (Parte I)" e "... Planejamento (Parte II)":
Vou contar-lhes sobre minha viagem feita a bordo de bicicletas durante o Carnaval de 2013, iniciando o percurso na estátua de Iemanja, na Praia do Cassino, até os molhes da Barra do Chui, exclusivamente pela praia, acompanhado de minha namorada (Keith) e amigos - todos de bike!
As postagens ficaram dividas em 3 partes; Roteiro, Planejamento e Viagem. Assim, cada parte não é longa de mais para ser lida e, possa ser mais específica do que um grande texto, falando de tudo.
"Viagem" - parte III:
Google Earth - Arquivo kmz - Pontos de referência
Sexta-feira havia sido agitada, depois do almoço nos dedicamos à arrumação de nossas bicicletas, escolhendo e retirando coisas, encaixando com cuidado as coisas que iam, verificando distribuição dos pesos e etc.. No fim, dividimos de forma que eu levaria as roupas que julgamos necessárias para levar, as comidas mais pesadas, como os enlatados e as ferramentas das bicis. Para Keith ficou a cargo as comidas que poderíamos comer rapidamente, como frutas e barras de cereal, 2 garrafas de água, além da barraca e do sleeping.
E fomos todos tentar dormir, a quase uma da manhã.. tentar porque além da ansiedade o carnaval já bombava em algum rua perto de casa.
Acordamos cedo; algo como 5:50, para dar tempo para tomar um último café da manhã e nos encontrar com os outros 4 membros do nosso grupo. Só que o dia mesmo só começou a raiar as 6:30.. ou seja, não valeria a pena pedalar antes disso, no escuro.. então apenas as 7:20 nos encontramos todos e começamos a jornada.
Eu não havia conversado com os outros membros do grupo sobre arrumação nem nada.. nem divido o peso com eles pois eles iriam ficar um dia a mais na praia. Mas foi engraçado ver um dos ciclistas carregando 10 litros de água em 2 garrafonas, além da comida, no garfo dianteiro e ver um outro ciclista com o peso todo no guidão.. Torci para não encontrarmos areia fofa tão cedo, pois eles iriam ter dificuldades com essa configuração.
Nessa primeira pedalada seguimos até o navio Altair, a ~15km. A areia não estava muito dura e a maré estava "alta", deixando pouco espaço para pedalarmos.. e foi meio difícil. Depois do navio a areia firmou e a maré estava mais baixa.. o vento estava NE com uma força um pouco maior, incentivando um pouco mais. Nesse trecho chegamos a média -boa- de 15km/h.. os carros deixavam de existir mas ainda haviam muitas marcas de pneus na areia.. muitos pássaros à beira da água e todos os tipos de plásticos.
Pedalamos bem e paramos para almoçar (as 13hrs) apenas no Sarita, a ~55km. Ele -o Farol- não possui muito abrigo.. faz sombra, claro, mas o capim alto a sua volta não deixa nenhuma barraca ser plantada ali. Mas, se você precisar, olhando o farol a partir da praia, à esquerda existe um grupo de Pinus, mais próximos que o próprio Sarita, que serve de bom abrigo e a entrada para esse abrigo é um pouco mais adiante que a entrada do Sarita. Se precisar de água "doce", notei que pouco mais que 800m da entrada do Sarita existe também um arroio.
Ficamos parados um bom tempo, devido ao cansaço. O vento aumentou de intensidade e as 16hrs voltamos a pedalar e decidimos que, devido ao vento favorável e a areia firme, nossa meta seria o Farolete Vergas, ainda bem distante de nós.. E pedalamos.. parávamos a cada hora, ou a cada 15km, para descansar já que a minha previsão de pedalar por duas horas era realmente absurda. O banco e as pernas não permitem isso.. O dia foi caindo e nuvens nos ajudaram a não sofrer tanto com o Sol. As 19hrs ainda não havíamos chegado, uff.. uma grande mata de pinus na beira da praia nos frustrava pois sabíamos que o Vergas é mais baixo que um farol, se parecendo com alguns troncos que ficavam mais solitários.. Pouco antes do farolete passamos por um grande arroio (havia uma placa de madeira escrito "4") e, ao definir no horizonte a pequena estrutura triangular do Vergas começamos a pedalar mais rápido, para chegar logo.
Meta atingida, com bikes escoradas no Farolete Vergas, descansamos um pouco. Ali não é um lugar protegido.. é possível armar barracas na área bem detrás do farolete mas o vento forte não torna o lugar ideal. Com isso, querendo um lugar melhor, subimos a grande duna que está junta ao Vergas, e entramos numa pequena "rua" que se forma entre os pinus. Ali sim! É uma pequena clareira, ampla e protegida, ideal para acampamentos. Embora o esforço fosse muito, de levar as bikes duna a cima, decidimos que uma noite tranquila poderia ser melhor que ficar exposto, a beira da praia.
Acordamos meio cedo.. eram 8:30 e começamos a desarmar o acampamento e levar tudo de volta, pela duna, ao Vergas. O vento estava ainda NE, mas um pouco mais fraco. Seguimos então em direção ao Farol Albardão, uns 30km do Vergas. Seguimos com o mesmo ritmo, de 1 hora de pedalada por descanso.. Mas já estávamos doloridos e era difícil velocidades médias acima de 13km/h.
Assim como o Sarita, o Albardão é possível de ser visto de longe, a mais de 15km de distância.. por isso, ver o Albardão no horizonte, nossa meta matinal, não foi tão empolgante.. poucas nuvens filtravam o Sol e precisávamos de um bom descanso..
O Farol do Albardão é da Marinha do Brasil, claro. Existe uma enorme placa de Entrada Proibida na porteira que leva a ele.. Que medo, pois nossa água (6L.) estava ao fim.. O marinheiro que toma conta do local se aproximou e explicou cordialmente que poderíamos nos abrigar em uma das casas que estava vazia por se tratar de um pequeno grupo de "bicicleteiros" mas pediu para não deixar bagunça, CLARO!
Deixo aqui nossos profundos agradecimentos à Marinha do Brasil, pois a casa era nosso paraíso!
Bem abrigados, todos tomamos banhos de chuveiro, preparamos de pé nossas comidas, num fogão convencional, descansamos nos colchões e sofás e deixamos a casa arrumada ao sairmos.
P.s.: Aconselho levar o filtro de papel ou algo do gênero, para abastecer-se de água.. por ser de poço ela possui leve coloração e possui também alguma matéria flutuante pois os filtros (levei 3) entupiam.
Estávamos novos. Ok, quase como novos.. nossas pernas e bundas doíam, rs. Mas estávamos lavados, com águas abastecidas, alimentados e prontos para a nossa próxima meta que seria um ponto abrigado, cheio de árvores, a 30km do Albardão, no meio dos concheiros.
Ao decorrer deste dia, o vento foi diminuindo e caindo de Leste para Sudeste.. o mar se aproveitou da situação e subiu a praia, deixando cada vez menos espaço para pedalarmos.. um pouco mais para frente já não era possível pedalar, apenas empurrar as bicis. E fizemos isso até o local onde está um contêiner azul todo corroído, mas cheio de árvores ao fundo - nossa meta. Estávamos tão cansado que não tirei fotos.. os outros 5 integrantes definiram que ficariam ali mais um dia, para descansar.. eu e a Keith armamos a barraca e fomos dormir pois queríamos chegar ao Chui no dia seguinte.
Acordamos e percebemos que o vento era agora leve, mas SE.. já de acampamento desmontado e na praia, por um bom tempo, alternávamos empurrando as bicis e pedalando. O vento contra aparente complicava ainda mais a nossa velocidade.. foi a parte mais difícil de nossa viagem pois sabíamos que faltavam cerca de 60km à Barra do Chui. Neste trecho, sem presença humana, a quantidade de plásticos assusta.. são variados e "mundiais", onde foi possível achar exemplares até com escritas orientais.. fora as estrangeiras, com letras esquisitas.. uma pena continuarmos e explorar petróleo para joga-lo no mar ou na praia.
Após o meio dia avistamos as primeiras pessoas, que pescavam. Elas nos disseram que faltavam ainda 25km ao Hermenegildo.. uff.. nossa média estava abaixo dos 8km/h.. Mas não adiantava reclamar.. era encontrar a força interior para pedalar e seguir em frente.
Depois de algumas horas passamos a avistar mais e mais carros e, as 15hrs, já era possível ver os telhados da Praia do Hermenegildo e diversas pessoas pescando. As 16hrs nos sentamos num bar - Farofa Petiscos de Praia- á beira da Praia do Hermenegildo e pedimos uma porção de pastel de queijo e 2 sucos de laranja. O atendente nos atendeu muito bem e nos deu uma notícia que nos re-motivou; dalí para a Barra eram apenas 8km pela praia!
Nossa, 8km era "sussa" para nós! Terminamos nossa refeição e partimos para pedalar! Antes de deixar a vila do Hermenegildo já possível avista o Farol da Barra do Chui! Que MARAVILHA!! Esse final fizemos rápido, rs. E batemos a última foto da viagem, as 18:10, com o Farol da Barra ao fundo e muitos carros uruguaios curtindo o carnaval no Brasil.
Para quase terminar o post, sobre as informações;
Da Barra do Chui para a cidade do Chui são cerca de 9km, por asfalto.
A rodoviária do Chui é um prédio antigo, atrás do Banco do Brasil.
Não existem muitos horários para Pelotas e Rio Grande; O último para Pelotas saí as 18:30 e para Rio Grande existe apenas as 7 e 15:30.
As companhias de ônibus aceitam bicicletas, cobrando R$5/cada além da passagem, tendo a necessidade das bicis estarem limpas e as rodas estarem desmontadas.
Se você conseguiu ler até aqui, vou dar-lhe também outra recomendação, quem sabe a melhor de toda estas postagens, para realizar essa viagem;
Percorra no máximo 60km por dia; Desta maneira o percurso fica dividido; do Cassino ao Sarita, com um bom e belo lugar de abrigo; do Sarita ao Albardão, sendo o Albardão um paraíso para retomar as forças necessárias para o dia seguinte -cruzar os concheiros; do Albardão ao Hotel Abandonado, passando quase todo os concheiros e, for fim; do Hotel Abandonado ao Hermenegildo ou ainda à Barra, passando pelo fim dos concheiros. Dividindo o passeio desta forma (em 4 partes) todas as etapas ficam mais "fáceis" e se pode aproveitar melhor cada local, ao invés de apenas bater o cartão neles.
Sobre as roupas; levamos em excesso.. 2 roupas para pedalar, 1 roupa par dormir e mais um conjunto para poder voltar no ônibus seriam suficientes.. e uma capa de chuva (leve), claro.
Sobre comidas; Elas sobraram, ainda bem. Água idem.
Sobre ferramentas; Não precisei fazer nada em nossas bicicletas durante a viagem. Mas a de nossos amigos já estavam apresentando problemas.. faça a revisão antes de ir (e outra depois)!!
Sobre as dificuldades; É difícil pedalar tanto.. as poucas referências de distâncias e/ou marcos na praia tornam a viagem uma experiência sensorial diferente. E a superação própria, em concluir a viagem, é divina.
Ah, não deixe sujeiras pelo caminho e leve de recordação apenas as fotos!
Boa viagem!
Vou contar-lhes sobre minha viagem feita a bordo de bicicletas durante o Carnaval de 2013, iniciando o percurso na estátua de Iemanja, na Praia do Cassino, até os molhes da Barra do Chui, exclusivamente pela praia, acompanhado de minha namorada (Keith) e amigos - todos de bike!
As postagens ficaram dividas em 3 partes; Roteiro, Planejamento e Viagem. Assim, cada parte não é longa de mais para ser lida e, possa ser mais específica do que um grande texto, falando de tudo.
"Viagem" - parte III:
Google Earth - Arquivo kmz - Pontos de referência
Sexta-feira havia sido agitada, depois do almoço nos dedicamos à arrumação de nossas bicicletas, escolhendo e retirando coisas, encaixando com cuidado as coisas que iam, verificando distribuição dos pesos e etc.. No fim, dividimos de forma que eu levaria as roupas que julgamos necessárias para levar, as comidas mais pesadas, como os enlatados e as ferramentas das bicis. Para Keith ficou a cargo as comidas que poderíamos comer rapidamente, como frutas e barras de cereal, 2 garrafas de água, além da barraca e do sleeping.
E fomos todos tentar dormir, a quase uma da manhã.. tentar porque além da ansiedade o carnaval já bombava em algum rua perto de casa.
Bicicletas prontas para a aventura
Acordamos cedo; algo como 5:50, para dar tempo para tomar um último café da manhã e nos encontrar com os outros 4 membros do nosso grupo. Só que o dia mesmo só começou a raiar as 6:30.. ou seja, não valeria a pena pedalar antes disso, no escuro.. então apenas as 7:20 nos encontramos todos e começamos a jornada.
O grupo de bicicleteiros
Eu não havia conversado com os outros membros do grupo sobre arrumação nem nada.. nem divido o peso com eles pois eles iriam ficar um dia a mais na praia. Mas foi engraçado ver um dos ciclistas carregando 10 litros de água em 2 garrafonas, além da comida, no garfo dianteiro e ver um outro ciclista com o peso todo no guidão.. Torci para não encontrarmos areia fofa tão cedo, pois eles iriam ter dificuldades com essa configuração.
Nessa primeira pedalada seguimos até o navio Altair, a ~15km. A areia não estava muito dura e a maré estava "alta", deixando pouco espaço para pedalarmos.. e foi meio difícil. Depois do navio a areia firmou e a maré estava mais baixa.. o vento estava NE com uma força um pouco maior, incentivando um pouco mais. Nesse trecho chegamos a média -boa- de 15km/h.. os carros deixavam de existir mas ainda haviam muitas marcas de pneus na areia.. muitos pássaros à beira da água e todos os tipos de plásticos.
Pedalamos bem e paramos para almoçar (as 13hrs) apenas no Sarita, a ~55km. Ele -o Farol- não possui muito abrigo.. faz sombra, claro, mas o capim alto a sua volta não deixa nenhuma barraca ser plantada ali. Mas, se você precisar, olhando o farol a partir da praia, à esquerda existe um grupo de Pinus, mais próximos que o próprio Sarita, que serve de bom abrigo e a entrada para esse abrigo é um pouco mais adiante que a entrada do Sarita. Se precisar de água "doce", notei que pouco mais que 800m da entrada do Sarita existe também um arroio.
Farol Sarita ok!!
Ficamos parados um bom tempo, devido ao cansaço. O vento aumentou de intensidade e as 16hrs voltamos a pedalar e decidimos que, devido ao vento favorável e a areia firme, nossa meta seria o Farolete Vergas, ainda bem distante de nós.. E pedalamos.. parávamos a cada hora, ou a cada 15km, para descansar já que a minha previsão de pedalar por duas horas era realmente absurda. O banco e as pernas não permitem isso.. O dia foi caindo e nuvens nos ajudaram a não sofrer tanto com o Sol. As 19hrs ainda não havíamos chegado, uff.. uma grande mata de pinus na beira da praia nos frustrava pois sabíamos que o Vergas é mais baixo que um farol, se parecendo com alguns troncos que ficavam mais solitários.. Pouco antes do farolete passamos por um grande arroio (havia uma placa de madeira escrito "4") e, ao definir no horizonte a pequena estrutura triangular do Vergas começamos a pedalar mais rápido, para chegar logo.
Meta atingida, com bikes escoradas no Farolete Vergas, descansamos um pouco. Ali não é um lugar protegido.. é possível armar barracas na área bem detrás do farolete mas o vento forte não torna o lugar ideal. Com isso, querendo um lugar melhor, subimos a grande duna que está junta ao Vergas, e entramos numa pequena "rua" que se forma entre os pinus. Ali sim! É uma pequena clareira, ampla e protegida, ideal para acampamentos. Embora o esforço fosse muito, de levar as bikes duna a cima, decidimos que uma noite tranquila poderia ser melhor que ficar exposto, a beira da praia.
Farolete Vergas, dunas e "rua" de pinus.
Acordamos meio cedo.. eram 8:30 e começamos a desarmar o acampamento e levar tudo de volta, pela duna, ao Vergas. O vento estava ainda NE, mas um pouco mais fraco. Seguimos então em direção ao Farol Albardão, uns 30km do Vergas. Seguimos com o mesmo ritmo, de 1 hora de pedalada por descanso.. Mas já estávamos doloridos e era difícil velocidades médias acima de 13km/h.
Assim como o Sarita, o Albardão é possível de ser visto de longe, a mais de 15km de distância.. por isso, ver o Albardão no horizonte, nossa meta matinal, não foi tão empolgante.. poucas nuvens filtravam o Sol e precisávamos de um bom descanso..
O Farol do Albardão é da Marinha do Brasil, claro. Existe uma enorme placa de Entrada Proibida na porteira que leva a ele.. Que medo, pois nossa água (6L.) estava ao fim.. O marinheiro que toma conta do local se aproximou e explicou cordialmente que poderíamos nos abrigar em uma das casas que estava vazia por se tratar de um pequeno grupo de "bicicleteiros" mas pediu para não deixar bagunça, CLARO!
Deixo aqui nossos profundos agradecimentos à Marinha do Brasil, pois a casa era nosso paraíso!
Bem abrigados, todos tomamos banhos de chuveiro, preparamos de pé nossas comidas, num fogão convencional, descansamos nos colchões e sofás e deixamos a casa arrumada ao sairmos.
P.s.: Aconselho levar o filtro de papel ou algo do gênero, para abastecer-se de água.. por ser de poço ela possui leve coloração e possui também alguma matéria flutuante pois os filtros (levei 3) entupiam.
Keith chegando ao paraíso chamado Farol Albardão
Estávamos novos. Ok, quase como novos.. nossas pernas e bundas doíam, rs. Mas estávamos lavados, com águas abastecidas, alimentados e prontos para a nossa próxima meta que seria um ponto abrigado, cheio de árvores, a 30km do Albardão, no meio dos concheiros.
Ao decorrer deste dia, o vento foi diminuindo e caindo de Leste para Sudeste.. o mar se aproveitou da situação e subiu a praia, deixando cada vez menos espaço para pedalarmos.. um pouco mais para frente já não era possível pedalar, apenas empurrar as bicis. E fizemos isso até o local onde está um contêiner azul todo corroído, mas cheio de árvores ao fundo - nossa meta. Estávamos tão cansado que não tirei fotos.. os outros 5 integrantes definiram que ficariam ali mais um dia, para descansar.. eu e a Keith armamos a barraca e fomos dormir pois queríamos chegar ao Chui no dia seguinte.
Acordamos e percebemos que o vento era agora leve, mas SE.. já de acampamento desmontado e na praia, por um bom tempo, alternávamos empurrando as bicis e pedalando. O vento contra aparente complicava ainda mais a nossa velocidade.. foi a parte mais difícil de nossa viagem pois sabíamos que faltavam cerca de 60km à Barra do Chui. Neste trecho, sem presença humana, a quantidade de plásticos assusta.. são variados e "mundiais", onde foi possível achar exemplares até com escritas orientais.. fora as estrangeiras, com letras esquisitas.. uma pena continuarmos e explorar petróleo para joga-lo no mar ou na praia.
Após o meio dia avistamos as primeiras pessoas, que pescavam. Elas nos disseram que faltavam ainda 25km ao Hermenegildo.. uff.. nossa média estava abaixo dos 8km/h.. Mas não adiantava reclamar.. era encontrar a força interior para pedalar e seguir em frente.
Depois de algumas horas passamos a avistar mais e mais carros e, as 15hrs, já era possível ver os telhados da Praia do Hermenegildo e diversas pessoas pescando. As 16hrs nos sentamos num bar - Farofa Petiscos de Praia- á beira da Praia do Hermenegildo e pedimos uma porção de pastel de queijo e 2 sucos de laranja. O atendente nos atendeu muito bem e nos deu uma notícia que nos re-motivou; dalí para a Barra eram apenas 8km pela praia!
Hermena lotado!!
Nossa, 8km era "sussa" para nós! Terminamos nossa refeição e partimos para pedalar! Antes de deixar a vila do Hermenegildo já possível avista o Farol da Barra do Chui! Que MARAVILHA!! Esse final fizemos rápido, rs. E batemos a última foto da viagem, as 18:10, com o Farol da Barra ao fundo e muitos carros uruguaios curtindo o carnaval no Brasil.
Barra do Chui e o Farol (bem pequeno) ao centro; Uhuul!!
Para quase terminar o post, sobre as informações;
Da Barra do Chui para a cidade do Chui são cerca de 9km, por asfalto.
A rodoviária do Chui é um prédio antigo, atrás do Banco do Brasil.
Não existem muitos horários para Pelotas e Rio Grande; O último para Pelotas saí as 18:30 e para Rio Grande existe apenas as 7 e 15:30.
As companhias de ônibus aceitam bicicletas, cobrando R$5/cada além da passagem, tendo a necessidade das bicis estarem limpas e as rodas estarem desmontadas.
Se você conseguiu ler até aqui, vou dar-lhe também outra recomendação, quem sabe a melhor de toda estas postagens, para realizar essa viagem;
Percorra no máximo 60km por dia; Desta maneira o percurso fica dividido; do Cassino ao Sarita, com um bom e belo lugar de abrigo; do Sarita ao Albardão, sendo o Albardão um paraíso para retomar as forças necessárias para o dia seguinte -cruzar os concheiros; do Albardão ao Hotel Abandonado, passando quase todo os concheiros e, for fim; do Hotel Abandonado ao Hermenegildo ou ainda à Barra, passando pelo fim dos concheiros. Dividindo o passeio desta forma (em 4 partes) todas as etapas ficam mais "fáceis" e se pode aproveitar melhor cada local, ao invés de apenas bater o cartão neles.
Sobre as roupas; levamos em excesso.. 2 roupas para pedalar, 1 roupa par dormir e mais um conjunto para poder voltar no ônibus seriam suficientes.. e uma capa de chuva (leve), claro.
Sobre comidas; Elas sobraram, ainda bem. Água idem.
Sobre ferramentas; Não precisei fazer nada em nossas bicicletas durante a viagem. Mas a de nossos amigos já estavam apresentando problemas.. faça a revisão antes de ir (e outra depois)!!
Sobre as dificuldades; É difícil pedalar tanto.. as poucas referências de distâncias e/ou marcos na praia tornam a viagem uma experiência sensorial diferente. E a superação própria, em concluir a viagem, é divina.
Ah, não deixe sujeiras pelo caminho e leve de recordação apenas as fotos!
Boa viagem!